O Brasil é o país que mais pulveriza agrotóxicos em suas lavouras no mundo. Esse é um negócio que movimenta bilhões de reais todos os anos, em 2009 foram sete bilhões. As autoridades sanitárias chamam de “agrotóxico”, os empresários sugerem “agroquímico”, já os contaminados optam por “veneno”.
Hoje utiliza-se cerca de 1.500 agrotóxicos. Nos últimos onze anos sete dessas substâncias foram proibidas, além da restrição de uso a outras 19. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é responsável pela fiscalização desses produtos, regularizando ou não o produto no mercado.
No Vale do Jaguaribe a mortalidade por câncer está bem acima da média mundial. Apesar de não ser possível realizar a relação direta do uso de agrotóxicos com a doença, essa é a região em que mais cresce o agronegócio exportador cearense.
Na opinião de alguns especialistas, o que falta é um programa nacional de toxicologia para que os pacientes sejam devidamente notificados, além de receber o tratamento adequado. Isso pode gerar um grande impacto no Sistema Único de Saúde (Sus). O debate ainda tem pouco espaço na mídia nacional e falta equilíbrio entre o interesse comercial e o sanitário para solucionar o problema.
O processo para que os agrotóxicos sejam colocados no mercado envolve a submissão das substâncias a testas, entretanto a lei não permite que a Anvisa revise de cinco em cinco anos, como acontece com os medicamentos, à liberação legal da substância. Uma vez liberado o agrotóxico possui valência eterna. A menos que a Anvisa, o Ministério da Agricultura e o Ibama solicitem uma revisão toxicológica, decretando situação de emergência.
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