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3 de março de 2011

Faltam médicos no Frotinha de Antônio Bezerra

FOTOS: ALANA ANDRADE
Assim como na atenção primária e terciária, o descaso se repete nos hospitais secundários da Capital. Corredores abarrotados de pacientes em macas, precariedade no atendimento e falta de profissionais para atender a população, além de recursos financeiros insuficientes e sobrecarga. Esta é a realidade de quem não tem médicos no período da tarde, como é o caso do Hospital Distrital Evandro Aires de Moura, conhecido como Frotinha de Antônio Bezerra.
Para se ter uma ideia, durante a tarde de ontem a unidade não tinha clínicos gerais, além de 12 pacientes estarem na fila de espera por uma vaga em leito de enfermaria. Somente um cirurgião e dois traumatologistas estavam atendendo. "Eu cheguei aqui por volta das 10 horas da manhã, e eles já tinham saído para o almoço, só chegaram às 14h30. E pra completar só tem um cirurgião pra atender", disse a estudante Brena Késia Almeida,17 anos, que passou o dia aguardando atendimento.
A espera de um leito está o cunhado da aposentada Francine Camilo Cavalcante, 66 anos. O familiar chegou a unidade com o pé todo necrosado e sentindo fortes dores, mas não pôde ser internado devido a falta de macas. Ele possui diabetes e precisará amputar o pé.
"A medida mais correta seria deixa-lo aqui, porém como não existem leitos, os médicos estão ministrando um analgésico para as dores, e quando for amanhã eu devo voltar ao hospital para que seja feita a cirurgia de retirada do membro".
Ontem, a fila do atendimento traumatológico possuia mais de 100 pessoas, muitas delas já vinham de outras unidades de saúde, uma delas era do Hospital Distrital Maria José Barroso de Oliveira, conhecido como Frotinha de Parangaba, que oferece atendimento em clínica médica, traumatologia e cirurgia.
O aposentado Pedro Messias Pereira Alencar, 46 anos, é um dos que encabeçavam esta fila. "Minha vizinha torceu o pé e fui socorrê-la, quando cheguei no Frotinha da Parangaba não tinha traumatologista. Minha sorte é que possuo carro e consegui chegar até aqui, caso contrário não sei como seria, pois resido no Jardim Jatobá".
Administração
O diretor do Frotinha, Marcos Almeida, informou que o hospital está com uma carência de 16 profissionais, são eles sete clínicos gerais, sete pediatras e dois traumatologistas, por isso a sobrecarga de trabalho.
"Tentamos superar esse déficit com a contratação de prestadores de serviço, porém nem sempre encontra-se profissionais, a quarta-feira é o pior dia", declarou Almeida. Recentemente foram chamados 16 profissionais do último concurso público, mas Almeida informou que não cobre a demanda.
Além disso, ele informou que desde março de 1978, quando o hospital foi inaugurado, que continua com 50 leitos de enfermaria. "Existe um plano de ampliação de para 100 leitos e de construção de 5 salas de cirurgia, porém aguardamos um retorno da Secretaria de Saúde".
Para se ter uma ideia, a unidade atende diariamente uma média de 620 pacientes distribuídos entre pediatria, clínico geral e traumatologia. Hoje o efetivo profissional é de 74 médicos, divididos em uma escala de nove equipes de segunda a domingo, quando o necessário seriam 90 profissionais.
"O dia a dia das consultas não tem por conta da falta de profissionais", informou o diretor.
O titular da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Alex Mont´Alverne, explicou que já houve ampliação no Frotinha de Antônio Bezerra, e que a unidade foi uma das mais beneficiadas, e citou como exemplo a criação Unidade de Tratamento Intensivo. "Fora isso, o hospital está dentro do projeto Copa, onde esperamos que saiam recursos para ampliação".
Além disso, Mont´Alverne informou que solicitou à Secretaria da Administração do Município um levantamento de todos os cargos médicos vagos e irá averiguar a possibilidade de ampliação das vagas com a administração municipal.
Fonte:Diário do Nordeste

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