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17 de janeiro de 2011

Fúria das ondas traz ameaça


FOTO:JOSÉ LEOMAR (28\12\2010)

Grandes ondas estão chegando ao litoral cearense com mais força em relação ao mesmo período dos anos anteriores. Por isso, banhistas, surfistas, navegadores e frequentadores das praias do Estado e da região Nordeste devem ficar atentos.
O clima do Atlântico Norte está gerando ondas tipo "sweel" que devem chegar, com força, as praias do Ceará podendo atingir três metros, com períodos de até 20 segundos. Quem explica a previsão é Aluizio Araújo, técnico em hidrografia do consórcio Marquise-Ivaí, que realiza o trabalho de monitoramento das marés desde 1990. "Há mais de 10 anos, as ondas não apresentam esse movimento com tanta força no Ceará. Isso significa que a energia da onda, na zona de rebentação, está cinco vezes maior do que o normal", afirma.
Neste período, que vai de dezembro à janeiro, podendo variar, os portos cearenses também devem redobrar a atenção, pois o índice de acidentes e a dificuldade, na hora de atracar, tendem a aumentar.
Um exemplo foi o navio alemão "BBC Gdansk" que, no começo do mês, ao transportar dois compressores de termelétrica, precisou de guindastes para atracar no Pecém. Isso aconteceu devido à complicações causadas pelas ondas que entraram no local. Mesmo após ampliação do quebra-mar, que aumentou a sua extensão em mais 1km, alcançando 2.700 metros, de leste a oeste, "alguns navios pequenos podem ter problemas na hora de atracar porque nesta época as ondas tipo "sweel" podem entrar no porto pelo lado norte e noroeste chegando a causar ondulações, mas isso não interfere tanto", afirmou Aluizio Araújo.
O técnico explica que as ondas estão quebrando com mais energia devido ao casamento de dois fenômenos, são eles: as marés de "sizígia" e a chegada de ondas, ainda muito fortes, do hemisfério norte. As marés de "sizígia", ocorrem quando os efeitos lunares e solares produzem as maiores marés altas. "Essa influência é devido à força da gravidade que provoca marés mais altas na lua nova e lua cheia", afirma.
Com o inverno rigoroso que está acontecendo no Atlântico Norte, ondas de 10 a 15 metros se propagam entre três e quatro mil quilômetros até atingir o Ceará, com ondas em torno de 2,5m. Chegando ao litoral ainda fortes e coincidindo com o período de maré alta, o resultado são as ressacas do mar, como podemos observar na praia de Iracema, em frente ao antigo Hotel Esplanada. Porém, Aloísio Araújo, ressalta "Isso não é coisa nossa é coisa que a gente recebe de outros continentes. Às vezes, é provocada por furacão, como já aconteceu. Outras vezes, é pelo inverno rigoroso do norte. A maior onda que já tivemos no Ceará foi de 3,90m em 2008", lembra.
Enquanto as marés são influenciadas por uma série de fatores astronômicos, "o movimento das ondas é resultado de fatores meteorológicos", explica o vice-diretor do Instituto de Ciências do Mar (Labomar), Luiz Parente Filho
O "sweel", representa motivo de animação para os surfistas, que esperam o ano inteiro pelas ondas com maior tamanho, mais força e maior extensão para realizar competições no litoral Cearense. Porém, todos devem tomar cuidados pois as ondas, com mais energia, provocam correntes de retorno que causam problemas para banhistas desatentos. "Deve-se consultar o pessoal do salva-mar para dar maiores informações sobre as áreas de risco para banhistas. O fundo do mar na zona de arrebentação é muito dinâmico, provocando mudanças de profundidades de um dia para o outro", observa Aluizio Araújo. O surfista ou banhista que quiser saber mais informações acessar sites como o http://www.surfguru.com.br.
Fonte : Diário do Nordeste

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