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10 de janeiro de 2011

Crônica de uma morte anunciada no sul da Argentina

Brasileiro sofreu acidente há uma semana, em um monte da Argentina, e a Justiça impede a operação de resgate. Já a médica diz que fará uma carta dizendo que a morte não é tão dolorosa e que o lugar é lindo
Uma ordem judicial expedida pela Justiça da Argentina condiciona o resgate do alpinista brasileiro Bernardo Collares Arantes, 46, às condições de segurança para a operação. A informação é do irmão do montanhista, Leandro Collares Arantes. Na última segunda-feira o brasileiro sofreu um grave acidente quando tentava descer o Monte Fitz Roy, situado em El Chaltén, na província de Santa Cruz. A região é localizada no extremo sul da Argentina.
Segundo Leandro, se houver risco para a equipe de resgate, a operação não poderá ser realizada. Ele informou também que, apesar do sol, não era possível chegar ao local do acidente por helicóptero.
As informações sobre a medida do Judiciário argentino foram repassadas pelo irmão do alpinista depois de ter conversado por telefone com o vice-cônsul brasileiro na capital Buenos Aires, Marcos Maia.
“Há uma ordem judicial que só poderão fazer o resgate se não for arriscar a vida de quem for tentar fazê-lo”, detalhou o irmão do alpinista.
De acordo com as informações repassadas por Marcos Maia ao irmão da vítima, foi organizada uma reunião entre representantes da família de Bernardo e da equipe consular de Buenos Aires para avaliar a possibilidade de resgate junto com montanhistas experientes e uma médica.
Uma irmã do montanhista brasileiros encontra-se na Argentina para acompanhar o processo.
Especialistas acreditam que não há chances de sobrevivência. A irmã do escalador, Erica Collares Arantes, e um sobrinho viajaram até a região e concordaram que não há condições para descer com o corpo, segundo a médica coordenadora da operação, Carolina Codó
Caso realizada, seria a operação mais difícil da história da região. Bernardo fraturou a bacia após falha no equipamento de rapel. A escaladora que o acompanhava, teve de deixá-lo para pedir socorro.
As autoridades avaliaram que a busca seria em vão, porque as chances de sobrevivência eram mínimas.
“Quando tivermos uma trégua climática, é possível que escalemos para fotografar o corpo, para que a família o veja e saiba o lugar onde este”, disse a médica. Segundo ela, ao conhecerem as condições das montanhas, a irmã e o sobrinho compreenderam as dificuldades de remover o corpo.
“Estou preparando uma carta para explicar que a morte por hipotermia é uma das menos dolorosas, e que ele está num dos lugares mais lindos do mundo para um escalador”, afirmou.

E agora


ENTENDA A NOTÍCIA
O anúncio da morte do alpinista brasileiro parece ser questão de tempo. O clima e a geografia não ajudam. Além disso, a Justiça põe obstáculos e a médica já se prontificou a escrever uma carta descrevendo a morte.
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